05/10/2025 - Ambiente, Propósito e Resultado: A Tríade da Qualidade do Trabalho nas Organizações Modernas
                                                    
                                                    “A Qualidade do Trabalho nas organizações modernas emerge da integração
entre o ambiente saudável, o propósito compartilhado e os resultados
sustentáveis. Essa tríade representa o equilíbrio entre o bem-estar humano, a
produtividade e o compromisso com a sociedade.”
A Qualidade do Trabalho (QT) é vista pelas indústrias como uma conquista
coletiva e estratégica, pois influencia diretamente o desempenho produtivo e a
competitividade organizacional. Em um contexto econômico desafiador — marcado
pela inflação acumulada de 5,3% e pela taxa Selic mantida em 15% ao ano (BANCO
CENTRAL DO BRASIL, 2025) — a busca pela eficiência interna tornou-se
prioridade. 
A QT, portanto, deixou de ser apenas um diferencial e passou a
representar uma condição essencial de sustentabilidade organizacional.
De acordo com Davis (2001), as indústrias brasileiras têm buscado
aprimorar a qualidade no trabalho e nos processos produtivos, disseminando
ferramentas de melhoria contínua e gestão participativa. Essas práticas
fortalecem o engajamento dos colaboradores e aumentam a produtividade, aspectos
vitais diante do custo crescente do crédito e da pressão sobre as margens
industriais. 
Segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI, 2025), o
índice de confiança industrial apresentou retração de 1,4 ponto no segundo
semestre de 2025, reflexo da desaceleração do crédito e do aumento nos custos
operacionais.
O trabalho, nesse contexto, ganha relevância social e estratégica,
refletindo o papel das empresas em promover ambientes de responsabilidade
social, inovação e equilíbrio econômico. A valorização da QT amplia o
compromisso organizacional com o bem-estar do colaborador, a satisfação do
cliente e o desempenho financeiro. 
Pilatti e Bejarano (2005) destacam que nas organizações produtivas há
uma tensão permanente entre capital e trabalho — e é justamente nesse ponto que
a gestão moderna deve atuar, equilibrando resultados econômicos e humanos.
A adoção de políticas voltadas à qualidade de vida no trabalho (QVT),
treinamentos, reconhecimento de desempenho e sistemas de comunicação interna
reforçam a cultura de melhoria contínua. 
Segundo o IBGE (2025), o índice de produtividade industrial cresceu
apenas 0,7% no primeiro semestre de 2025, o que evidencia a necessidade de
estratégias voltadas à inovação, automação e capacitação técnica como
mecanismos de reação.
A implementação de sistemas de gestão da qualidade, como o ISO 9001 e
metodologias Lean, contribui para o controle dos processos e para a criação de
uma cultura voltada ao aprendizado organizacional. 
Slack (2005) enfatiza que o compartilhamento do conhecimento e a
integração entre setores formam uma rede de relacionamentos que potencializa o
desempenho coletivo. Na prática, indústrias que utilizam dados internos (Big
Data e indicadores de desempenho) conseguem identificar gargalos produtivos,
reduzir desperdícios e melhorar o clima organizacional.
Além disso, o monitoramento de indicadores de RH e desempenho (como
absenteísmo, turnover, índice de satisfação e produtividade média por
colaborador) tem se tornado um instrumento estratégico. 
Segundo o IPEA (2025), o índice de desemprego industrial está em 7,8%, e
as empresas que adotam políticas de qualidade no trabalho e gestão
participativa apresentam menores taxas de rotatividade e maiores ganhos de
eficiência.
Conclui-se que o fortalecimento da Qualidade do Trabalho depende tanto
da eficiência produtiva quanto do alinhamento humano e tecnológico das
organizações. Em tempos de Selic elevada, crédito restrito e custos crescentes,
investir em QT significa investir na resiliência e na competitividade de longo
prazo. 
A qualidade não é apenas um indicador de desempenho — é um valor que
sustenta a continuidade e o propósito das empresas brasileiras.
Indicadores Organizacionais e Metas Práticas
 
  
  Indicador Organizacional
  
  
  Descrição
  
  
  Meta 2025
  
 
 
  
  Produtividade por colaborador
  
  
  Valor agregado dividido pelo número de empregados
  
  
  +3% sobre 2024
  
 
 
  
  Índice de rotatividade (turnover)
  
  
  Percentual de saídas x total de empregados
  
  
  ≤ 8%
  
 
 
  
  Satisfação dos colaboradores (QVT)
  
  
  Resultado de pesquisa interna anual
  
  
  ≥ 85%
  
 
 
  
  Horas de treinamento por colaborador
  
  
  Capacitação técnica e comportamental
  
  
  ≥ 40 horas/ano
  
 
 
  
  Índice de absenteísmo
  
  
  Faltas injustificadas / total de horas
  
  
  ≤ 2%
  
 
 
  
  Retrabalho industrial
  
  
  Percentual de produtos reprocessados
  
  
  ≤ 1%
  
 
 
  
  Desempenho econômico (ROI)
  
  
  Retorno sobre investimento
  
  
  ≥ 10%
  
 
 
REFERÊNCIAS
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Relatório de Inflação e Atas do Copom.
Brasília, 2025.
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA (CNI). Índice de Confiança
Industrial, 2025.
DAVIS, Keith. Comportamento Humano no Trabalho. São Paulo: Pioneira,
2001.
IBGE. Indicadores Econômicos e Produtividade Industrial. Brasília, 2025.
IPEA. Boletim Macroeconômico 2025. Brasília, 2025.
PILATTI, L. A.; BEJARANO, R. C. Gestão do Conhecimento e Aprendizagem
Organizacional. Curitiba: Champagnat, 2005.
SLACK, Nigel. Administração da Produção. São Paulo: Atlas, 2005.
 
DAL PIVA, A. R.