A administração que desconsidera a teoria da qualidade corre
sérios riscos ao tentar implementar e melhorar programas de qualidade. Segundo
Deming (1990, p. 73), “a experiência, sem o auxílio da teoria, nada ensina à
administração sobre o que fazer para melhorar a qualidade e a competitividade,
nem como fazê-lo”. Isso destaca a importância de uma abordagem estruturada,
embasada em conhecimento teórico e prático, para alcançar resultados sólidos.
Para Deming, o entendimento por parte de gestores e
colaboradores deve ocorrer por meio de um processo gradativo de desenvolvimento
de programas, ferramentas e práticas de qualidade.
Esse processo é essencial para melhorar o desempenho no
trabalho e, consequentemente, aumentar a competitividade dos produtos e
serviços da organização. Ele também ressalta a necessidade de compartilhar o
conhecimento da qualidade entre todos os níveis da organização, superando as
barreiras de integração nas ações e práticas de gestão da qualidade.
O rompimento desses paradigmas trará melhorias não apenas ao
ambiente de trabalho, mas também à qualidade dos produtos, serviços e, especialmente,
às relações interpessoais dentro da empresa. A adoção de programas de
qualidade, quando aplicada de maneira eficiente nos setores produtivos, tende a
aumentar a motivação dos colaboradores, gerando um impacto direto no alcance
dos objetivos planejados. A busca contínua pela qualidade é, portanto, uma
resposta contemporânea aos desafios e conflitos ainda presentes tanto no
ambiente organizacional quanto social.
A qualidade, enquanto política de controle e monitoramento
sistemático, deve estar presente em todos os setores produtivos. O grau de
comprometimento dos colaboradores pode ser medido por meio de indicadores como taxa de retrabalho, tempo médio de produção e nível de satisfação dos clientes. Esses
indicadores revelam, de maneira concreta, os efeitos positivos de uma gestão da
qualidade eficiente (Slack, 2005).
Ao reduzir a resistência à mudança comportamental, a
indústria pode desenvolver uma estratégia mais robusta e inclusiva, que envolva
colaboradores de todos os níveis hierárquicos na adoção de práticas de
qualidade. A integração entre equipe e gestão fomenta um desenvolvimento
contínuo, alterando comportamentos e criando um ambiente propício à inovação.
Nesse contexto, a taxa de adesão às
mudanças de processos pode ser um indicador eficaz de sucesso.
Por fim, o objetivo central é criar mecanismos de avaliação
e melhoria contínua da qualidade nos processos produtivos. Para tanto,
indicadores como o Índice de Eficiência
Global de Equipamentos (OEE) e o Índice
de Conformidade de Processos podem ser úteis para monitorar a eficácia das
mudanças implementadas, garantindo que as melhorias nas atividades executadas
sejam mensuráveis e consistentes ao longo do tempo (Deming, 1990).
Indicadores sugeridos:
1. Taxa de retrabalho:
Mede a quantidade de retrabalho necessário devido a erros de qualidade. Menores
taxas indicam melhoria na eficiência.
2. Tempo médio de
produção: A redução desse tempo reflete melhorias na eficiência e na
produtividade, promovidas pelas práticas de qualidade.
3. Nível de
satisfação dos clientes: Avalia a percepção externa sobre a qualidade dos
produtos ou serviços.
4. Taxa de adesão às
mudanças de processos: Mede o quanto os colaboradores aceitam e aplicam as
novas práticas de qualidade implementadas.
5. Índice de
Eficiência Global de Equipamentos (OEE): Mede o desempenho de máquinas e
equipamentos, considerando disponibilidade, desempenho e qualidade.
6. Índice de
Conformidade de Processos: Avalia a conformidade dos processos produtivos
em relação aos padrões estabelecidos.