A aplicação de
critérios de melhoria do ambiente de trabalho e de indicadores para avaliar a
Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) contribui significativamente para integrar
os colaboradores em processos de implementação e para sensibilizar sobre a
importância de cada critério no cotidiano organizacional (Fernandes, 1996).
Esses critérios também promovem a valorização do capital humano, uma vez que gestores passam a incluir os colaboradores nas decisões relativas às políticas da empresa.
Por outro
lado, evidenciam-se a importância e o protagonismo dos indivíduos no ambiente
de trabalho para construção de planejamento e ações nos processos produtivos de
cada setor (Davis, 2001).
Para que iniciativas de QVT sejam bem‑sucedidas, é essencial que os gestores identifiquem e analisem tanto influências internas quanto externas à organização.
Isso permite uma avaliação mais precisa da realidade do ambiente de trabalho, especialmente no que diz respeito aos fatores que estão sob controle direto da empresa.
Modelos como
o de Walton (1973) e Westley (1979) enfatizam essa abordagem, e estudos mais
recentes têm adaptado esses modelos, incorporando variáveis como bem‑estar
psicológico, ergonomia, satisfação e clima organizacional.
Pesquisas recentes demonstram que a percepção de QVT está fortemente associada à satisfação com as condições físicas de trabalho, ao reconhecimento institucional, à autonomia e ao suporte social entre colegas e chefias.
As limitações regionais, de formação
escolar e cultural continuam emergindo como fatores que influenciam a percepção
de qualidade de vida no trabalho, exigindo que programas de QVT sejam adaptados
à realidade dos colaboradores (Davis, 2001; Pilatti & Bejarano, 2005).
Tema |
Indicador sugerido |
Fonte / Comentários |
Clima organizacional |
Índice de satisfação
geral com ambiente físico e psicossocial (escala Likert) |
Estudos recentes de
QVT no setor público brasileiro. |
Bem‑estar
psicológico |
Frequência de
sintomas de estresse, burnout; uso de inventários padronizados (MBI) |
Portais de governo e
pesquisas acadêmicas 2023/2024. |
Ergonomia / Saúde |
Nº de afastamentos,
índice de acidentes, avaliações ergonômicas |
Diretrizes do
Ministério da Saúde e NR‑17. |
Autonomia e
participação |
Percentual de
colaboradores com poder de decisão e participação em comitês |
Pesquisas de clima e
engajamento. |
Reconhecimento e
desenvolvimento |
Taxa de acesso a
treinamentos, progressão de carreira |
Prática consolidada
em programas de QVT. |
Indicadores macro |
Índice de Qualidade
do Trabalho (IQT), absenteísmo, turnover |
IPEA (2021) –
crescimento médio 2,31% ao ano. |
Para consolidar um
ambiente de trabalho saudável e produtivo, recomenda-se que a empresa:
1) mantenha um sistema
contínuo de monitoramento de indicadores de QVT;
2) promova programas
de treinamento e sensibilização para gestores e colaboradores;
3) invista em
ergonomia e bem‑estar psicossocial;
4) estimule a
participação e o protagonismo dos colaboradores nos processos decisórios; e
5) divulgue
periodicamente os resultados obtidos, reforçando a transparência e o
engajamento.
DAL PIVA, A.
R. (2025).