Alaxendro Rodrigo Dal Piva
A liderança contemporânea exige muito mais do que habilidades técnicas e domínio de processos organizacionais. Em um cenário de rápidas transformações, pressões constantes e equipes cada vez mais diversificadas, a capacidade de compreender e gerenciar emoções tornou-se um diferencial indispensável.
De maneira que a inteligência emocional emerge como um pilar essencial para o exercício de uma liderança eficaz, capaz de equilibrar razão e emoção, promovendo ambientes de trabalho saudáveis, colaborativos e produtivos.
Segundo Goleman (1995), o líder
emocionalmente inteligente é aquele que reconhece as próprias emoções,
compreende as emoções alheias e utiliza essa consciência para orientar decisões
e relacionamentos de forma assertiva.
O líder que desenvolve inteligência emocional demonstra autoconhecimento e autocontrole diante de situações adversas. Em momentos de crise, é a serenidade e o equilíbrio emocional que o permitem agir com clareza, evitando decisões impulsivas e promovendo a confiança de sua equipe.
Essa postura fortalece o vínculo entre líder e
liderados, criando um ambiente em que a comunicação é transparente e o diálogo
é valorizado.
Além disso, a empatia — uma das principais competências da inteligência emocional — torna-se uma ponte de conexão humana dentro das organizações.
Líderes empáticos compreendem as dificuldades e
motivações de seus colaboradores, oferecendo suporte e reconhecimento,
elementos fundamentais para o engajamento e o desempenho coletivo (MACARENCO;
TERCIOTTI, 2013).
A relação entre liderança e inteligência
emocional não se limita à dimensão interpessoal; ela também impacta diretamente
os resultados organizacionais. Empresas que possuem líderes emocionalmente
maduros tendem a apresentar maior coesão entre as equipes, menores índices de
rotatividade e um clima organizacional mais positivo.
A inteligência emocional permite que o
gestor identifique talentos, medie conflitos e incentive a inovação,
transformando desafios em oportunidades de crescimento. É nesse sentido que a
liderança deixa de ser um exercício de poder e passa a ser um ato de influência
e inspiração (HR TECH GROUP, 2024).
Um exemplo notável desse tipo de liderança é o de Luiza Helena Trajano, presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza. Reconhecida por sua postura humanizada, Luiza demonstra que resultados sustentáveis são consequência direta do respeito às pessoas.
Durante
períodos de instabilidade econômica, ela manteve o foco em cuidar das equipes e
dos clientes, reforçando que o sucesso empresarial está alicerçado na confiança
e no relacionamento genuíno.
Sua trajetória ilustra como a inteligência
emocional é aplicada de maneira concreta no ambiente corporativo, integrando
empatia, comunicação assertiva e gestão do ego — aspectos também abordados por
Galícia Educação (2024).
Assim, pode-se afirmar que a inteligência emocional redefine o papel do líder no século XXI. Em vez de centralizar decisões e impor autoridade, o líder emocionalmente inteligente inspira pela coerência entre discurso e ação.
Ele compreende que liderar é servir, ouvir,
orientar e criar condições para que as pessoas expressem o melhor de si. Mais
do que gerir resultados, ele gerencia emoções, constrói confiança e transforma
o ambiente de trabalho em um espaço de aprendizado contínuo.
Desenvolver inteligência emocional,
portanto, é investir na essência da liderança: a capacidade de conduzir pessoas
com empatia, equilíbrio e visão de futuro. Afinal, em um mundo cada vez mais
conectado, o verdadeiro diferencial competitivo está naquilo que nos torna
humanos — a inteligência do coração (GOLEMAN, 1998).
REFERÊNCIAS
GALÍCIA EDUCAÇÃO. Gestão do Ego e Burnout: Liderança Eficaz na Era Digital. Blog Galícia
Educação, 2024. Disponível em:
https://www.galiciaeducacao.com.br/blog/gestao-do-ego-e-burnout-lideranca-eficaz-na-era-digital/.
Acesso em: 4 out. 2025.
GOLEMAN, D. Inteligência Emocional. Rio de
Janeiro: Objetiva, 1995.
GOLEMAN, D. Trabalhando com a Inteligência
Emocional. Rio de Janeiro: Objetiva, 1998.
HR TECH GROUP. 5 competências para líderes do futuro. Revista Você RH. São Paulo, 2024. Disponível em: https://vocerh.abril.com.br/lideranca/5-competencias-para-lideres-do-futuro/. Acesso em: 4 out. 2025.