Alaxendro
Rodrigo Dal Piva
A comunicação assertiva é uma das habilidades mais importantes no
ambiente empresarial, pois reflete a capacidade de expressar ideias,
sentimentos e opiniões de forma clara, objetiva e respeitosa.
Diferencia-se de outros estilos comunicativos, como o comportamento
passivo — caracterizado pela omissão e pelo receio de desagradar — e o
comportamento agressivo, marcado pela imposição e pela falta de empatia.
Existe ainda o estilo passivo-agressivo, em que o indivíduo demonstra
insatisfação de forma indireta, por meio de ironias ou atitudes ambíguas. Ser
assertivo, portanto, é encontrar o equilíbrio entre defender seus direitos e
respeitar os direitos dos outros, comunicando-se de modo honesto, direto e
empático.
Segundo Gross (2013), a assertividade é um instrumento de
fortalecimento das relações interpessoais, pois promove o diálogo aberto e
evita mal-entendidos que podem gerar conflitos. Quando um profissional se
comunica assertivamente, transmite segurança e clareza, contribuindo para
ambientes mais saudáveis — tanto no nível pessoal quanto no organizacional.
No contexto empresarial, a assertividade é um diferencial para o
gestor. Ela influencia diretamente a forma como ele conduz sua equipe, negocia
com parceiros, toma decisões e alinha expectativas. Uma liderança assertiva
inspira confiança, promove engajamento e favorece um clima organizacional
equilibrado, no qual as pessoas se sentem ouvidas e valorizadas.
Os benefícios da comunicação assertiva vão além da eficiência da
mensagem: ela contribui para o desenvolvimento da autoconfiança, do controle
emocional e da empatia. Por meio dessa habilidade, o gestor aprende a
expressar limites, dizer “não” quando necessário e, ao mesmo tempo, ouvir o
outro com atenção genuína — algo essencial para a tomada de decisões e para o
fortalecimento da cultura corporativa.
Vivemos em uma sociedade marcada pelo excesso de informações, opiniões
divergentes e ritmo acelerado de interações. Nesse cenário, a assertividade
torna-se uma ferramenta indispensável para manter o equilíbrio entre razão e
emoção — especialmente para quem lidera pessoas e processos.
No cotidiano empresarial, situações como reuniões de alinhamento,
tratativas com clientes ou feedbacks de desempenho exigem do gestor uma postura
firme, empática e estratégica. Uma comunicação assertiva tende a gerar mais
resultados positivos do que o silêncio por medo de confronto ou a agressividade
que rompe vínculos.
Na minha trajetória como gestor de empresa, percebo o quanto a comunicação assertiva tem sido determinante para o fortalecimento das relações internas e externas. Recordo um episódio em que precisei lidar com um conflito entre colaboradores de áreas diferentes.
Havia divergências sobre responsabilidades
e prazos, o que gerava tensão e queda de produtividade. Optei por expor meu
ponto de vista com tranquilidade, ressaltando a importância da colaboração e do
foco no resultado coletivo.
O diálogo franco permitiu que todos se sentissem ouvidos, o que resultou em um
ambiente mais cooperativo e produtivo.
Por outro lado, também reconheço que nem sempre consegui manter a
assertividade. Em determinada ocasião, por receio de gerar desconforto, deixei
de expressar minha opinião sobre uma decisão estratégica que considerei
inadequada. O silêncio acabou gerando frustração e desgaste interno, além de
perpetuar uma situação que poderia ter sido resolvida com diálogo construtivo.
Essas experiências reforçaram em mim a compreensão de que
ser assertivo não significa ser confrontador, mas, sim, buscar o equilíbrio
entre o que se pensa e o modo como se comunica. A assertividade é uma
competência que se desenvolve continuamente. Tenho buscado aprimorar minha escuta
ativa, controlar reações emocionais e escolher as palavras com mais
consciência, especialmente em momentos de pressão.
Procuro também exercitar a empatia, tentando compreender o ponto
de vista do outro antes de responder ou decidir.
Ao adotar essas atitudes, percebo que fortaleço minha capacidade de
liderar com autenticidade e respeito, construindo relações profissionais mais
sólidas, humanas e eficazes.
Em síntese, a comunicação assertiva não é apenas uma técnica de expressão, mas uma postura de liderança e de vida. Ela exige autoconhecimento, empatia e prática constante.
Ao integrar teoria e vivência,
compreendo que comunicar-se de forma assertiva é um caminho de crescimento
pessoal e profissional, capaz de transformar conflitos em oportunidades e
fortalecer os vínculos humanos dentro e fora da empresa.
Referência
GROSS, Marcos. Dicas práticas de comunicação. 1ª ed. São Paulo:
Editora Trevisan, 2013. E-book. ISBN 9788599519479.